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Viviane Soares
Revisto por Viviane Soares
Viviane Soares

Viviane Soares é redatora e editora, com mais de três anos de experiência na escrita de artigos de finanças pessoais. No Portal do Crédito, tem como principal objetivo disponibilizar a melhor informação sobre financiamento, de forma prática e acessível.

Cálculo de Juros Bancários: Como Calcular as Taxas?

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Quando nos referimos ao cálculo de juros bancários remetemo-nos, essencialmente, ao cálculo das taxas de juro aplicáveis à remuneração de depósitos e a empréstimos. Ou seja, à TAN (Taxa Anual Nominal) e à TAEG (Taxa Anual Efetiva Global).

Se pensa solicitar um crédito, estas são as taxas às quais deve estar atento – até para comparar o custo do crédito entre todas as instituições financeiras no mercado.

Importa compreender, contudo, que as taxas de juro adaptam-se sempre à realidade económica. Num período de crescimento económico, as taxas tendem a subir, o que torna a poupança mais rentável e o recurso ao crédito mais caro.

Já nas alturas de crise económica, ocorre uma queda das taxas de juro para o consumo ser incentivado. Ainda assim, e como todos os portugueses têm verificado, nem sempre as coisas são assim tão lineares.

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Cálculo de Juros Bancários: O Que São Juros?

Por definição, e no caso dos créditos, juro é uma remuneração cobrada pelas instituições financeiras pelo empréstimo de uma determinada quantia de dinheiro.

Isto é, a taxa de juro é o valor que o banco vai lucrar pelo dinheiro que lhe empresta – e que varia consoante o prazo, o montante solicitado e o tipo de solução financeira contratada: um cartão de crédito, um empréstimo pessoal, um crédito à habitação.

Mas o juro também pode ser um ganho, um valor que pode ser gerado através de aplicações e investimentos de capital, como, por exemplo, no caso de depósitos bancários, contas poupança, fundos de investimento, entre outros.

O que importa reter é que, quer num caso quer noutro terá sempre um impacto bastante significativo ou no custo global do empréstimo, ou no retorno do seu investimento, seja ele qual for.

Quando o juro é um ganho

Tipos de juros: simples e compostos

No caso de um investimento ou depósito a prazo, os juros simples referem-se ao valor que lhe é pago por ter aplicado um determinado montante num depósito por um período de tempo determinado.

Neste regime, a taxa de juro será aplicada sobre o valor inicial de forma fixa, sendo que não há lugar à capitalização do dinheiro.

Já os juros compostos, pelo contrário, proporcionam o efeito de capitalização do dinheiro, uma vez que o valor final do período será utilizado para o cálculo dos novos juros e isto permite que os ganhos sejam maiores.

Isto significa que, neste regime, os juros de cada período são somados ao capital existente para que sejam calculados novos valores para os juros no período seguinte.

Cálculo de juros bancários: TANB vs TANL

Por norma, quando as instituições financeiras divulgam as suas taxas de juro (aplicáveis a depósitos a prazo ou contas-poupança) fazem-no em termos brutos (antes dos impostos) e numa perspetiva anual. Ou seja, referem-se à taxa anual nominal bruta (TANB). Vamos então saber como fazer o cálculo de juros bancários.

Exemplo: Se depositar, por hipótese, 6000 euros à taxa de 4% por um prazo de seis meses obterá o seguinte rendimento: (6000 x 4%) x (6 ÷ 12) = 120 euros brutos.

A fórmula é a seguinte: (capital x TANB) x (prazo em meses ÷ 12) = juros

Para saber quanto vai de facto receber, já com a conta feita aos impostos, só tem de substituir a TANB pela taxa anual nominal líquida (TANL).

Exemplo: (6000 x (4% x 0,785) x (6 ÷ 12) = 94,2 euros líquidos.

Importa frisar que para calcular a TANL, foi utilizada a taxa de 28%, referente à taxa de retenção na fonte em Portugal.

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Quando o juro é uma despesa

Se, por exemplo, vai assumir o compromisso de comprar casa e, para tal, vai recorrer a um crédito habitação, terá que estar muito atento às taxas de juro que lhe são apresentadas e, devidamente informado, fazer uma análise de mercado para tentar encontrar o crédito mais barato possível.

Recorde-se que a taxa de juro cobrada no crédito aos consumidores pode ser fixa ou variável.

  • Crédito com taxa de juro fixa: a prestação mantém-se constante durante o período do contrato e o cliente conhece desde o início o montante total de juros a pagar;
  • Crédito com taxa de juro variável: a taxa de juro aplicada ao capital em dívida é revista com periodicidade idêntica à do indexante (taxa de juro de referência).

Cálculo de juros bancários: TAN vs TAEG

Antes de mais, é importante compreender que a taxa de juro ligada ao crédito habitação é cobrada com base no cálculo de dois elementos, sendo eles o indexante (no caso de Portugal e dos restantes membros da União Europeia, é usada a Euribor) e o spread (que é a margem do banco).

Isto significa que a taxa do seu crédito habitação será calculada com base na seguinte fórmula:

  • Euribor + Spread = Taxa de juro

Além da taxa de juro, terá ainda de pagar comissões e outros encargos associados ao contrato de crédito, sendo que para conhecer o custo total do empréstimo, as instituições financeiras terão de lhe apresentar a seguinte informação:

TAN – Taxa Anual Nominal

A TAN é obrigatória em todos os contratos de crédito e representa o custo associado aos juros do empréstimo. Não inclui, portanto, outras despesas inerentes à contratação de crédito.

Importa não confundir a TAN com o spread, pois a TAN corresponde, como vimos, à soma da Euribor e do spread para empréstimos com taxas variáveis.

O custo anual do crédito não inclui as despesas obrigatórias, razão pela qual deve ter em atenção a TAEG.

TAEG – Taxa Anual Efetiva Global

A TAEG representa o custo total do crédito, englobando a TAN e outros encargos cobrados pelas instituições financeiras. É expressa em percentagem anual do montante total do crédito.

No cálculo da TAEG são incluídos:

  • Os juros;
  • As comissões;
  • Os impostos;
  • Os seguros exigidos para obtenção do crédito;
  • A comissão de manutenção de conta à ordem, cuja abertura seja obrigatória para a gestão do empréstimo;
  • Os custos com operações de pagamento e de utilização do crédito, caso existam;
  • Outros encargos associados ao contrato de crédito.

No cálculo da TAEG não são incluídos:

  • Os valores a pagar caso o cliente não cumpra obrigações previstas no contrato;
  • As comissões de reembolso antecipado do empréstimo;
  • Os custos notariais.

MTIC – Montante Total Imputado ao Consumidor

O MTIC corresponde ao valor global que o cliente paga pelo empréstimo, ou seja, é a soma do montante do empréstimo e dos respetivos custos com juros, comissões, impostos, seguros e outros encargos.

A TAEG e o MTIC, ao refletirem os custos totais do crédito, são os fatores principais a utilizar para comparar diferentes propostas de crédito.

Cálculo de juros bancários: taxas máximas

Importa saber que o Banco de Portugal calcula e publica trimestralmente as taxas máximas em vigor para cada tipo de crédito aos consumidores.

Estas taxas constituem limites máximos aos encargos que podem ser contratados em cada tipo de contrato de crédito.