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Inês Pereira
Revisto por Inês Pereira
Inês Pereira

Licenciada em Jornalismo e com experiência em temas sobre finanças pessoais. Como redatora no Portal do Crédito, utilizo a minha experiência nesta área para ajudar esclarecer as dúvidas dos leitores no que ao crédito diz respeito. O meu objetivo é que encontrem sempre as melhores soluções.

5 Fraudes Bancárias Mais Comuns e Como as Evitar

As tentativas de fraude tornaram-se uma normalidade no nosso dia a dia. Aliás, sabemos que se banalizaram, pela naturalidade com que recebemos mais um contacto estranho que nos chega pelo telemóvel.

Quem nunca teve uma encomenda retida na alfândega para ser libertada? Ou um “amigo” que mudou de número porque o telemóvel foi para reparar?

Hoje em dia chegam-nos, diariamente, por e-mail, SMS, WhatsApp ou chamada telefónica. Tornamo-nos alvos apetecíveis e os métodos são cada vez mais credíveis e sofisticados. Por essa razão, importa conhecer as fraudes bancárias mais comuns e como evitá-las.

Acompanhe-nos! Prometemos que não o vamos enganar.

São muitas e criativas as formas de nos tentarem enganar, e é importante perceber que, direta ou indiretamente, têm quase todas o mesmo objetivo: roubar dinheiro.

Por isso, para melhor se proteger de uma eventual tentativa, enumeramos as cinco fraudes bancárias mais comuns.

  • Fraude por telefone
  • Fraude por SMS
  • Fraude por e-mail
  • Fraude do Novo Número
  • Clonagem de Cartões

Fraude por telefone

Também conhecido por vishing, são chamadas telefónicas feitas em nome de uma entidade conhecida, como um banco, por exemplo, para enganar os contactados.

Estas chamadas, por norma, pretendem, através de um esquema, levar as vítimas a partilhar as suas credenciais bancárias, ou efetuar pagamentos para uma entidade controlada pelos criminosos.

São muitos os relatos de situações deste género, envolvendo o Banco de Portugal, ou outras instituições bancárias. Desde apps para detetar informação comprometida, mas que roubam os dados bancários, ou chamadas em nome do banco a pedir pagamentos, há de tudo um pouco.

Fraude por SMS

Tal como a anterior, também há um termo inglês para a definir, o smishing.

Trata-se do envio de uma mensagem com o acesso a um link, acompanhado por um cenário de urgência criado, propositadamente, para convencer a clicar na ligação.

Lembra-se da encomenda retida na alfândega? Normalmente é acompanhada de uma “ameaça” de que será devolvida se não for efetuado um qualquer pagamento.

Fraude por e-mail

Esta é, provavelmente, a ameaça mais conhecida. Chega-nos através de e-mail e é, em tudo, semelhante à anterior, variando, apenas, o canal de contacto.

É desenvolvida para roubar dados confidenciais ou incitar ao pagamento de despesas em nome da segurança social, polícia, banco ou qualquer outra entidade. A imaginação não conhece limites, e o aperfeiçoamento dos cenários criados, também não.

Longe vão os tempos em que as tentativas de phishing se resumiam a um e-mail anunciando que éramos os herdeiros da fortuna de um príncipe africano. Agora, o nosso correio eletrónico é invadido por uma réplica fiel de um extrato bancário, conta da luz, ou alerta do Portal das Finanças.

Fraude do Novo Número

Podia enquadrar-se no smishing, porém, o facto de se apropriar da identidade de terceiros conhecidos das vítimas deu-lhe direito a uma categoria própria.

Chega por WhatsApp ou SMS, e o termo que lhe dá nome, explica do que se trata. É feito um contacto por alguém com a foto de um amigo/conhecido dizendo que aquele é o seu novo número.

No caso da conversa se desenvolver, termina com pedidos de dinheiro para suprir uma urgência inesperada de quem está do lado de lá.

Outro exemplo – e que ficou conhecido – é o “Olá, pai… Olá, mãe”, um dos casos mais denunciados ao Gabinete Cibercrime do Ministério Público.. As vítimas, pensando que estavam a ser contactadas pelos filhos através de outro número, enviavam dinheiro que lhes era pedido.

Clonagem de Cartões

Este é o mais sofisticado de todos e o mais difícil de detetar. A clonagem de cartões implica conhecimentos tecnológicos e trata-se da aplicação de dispositivos nas caixas de multibanco ou terminais de pagamento.

A utilização de um destes serviços, estando comprometidos, pode significar o acesso e cópia de informações confidenciais como o PIN e o número do cartão.

Explicadas aquelas que são as técnicas mais comuns para cometer fraudes bancárias, vamos dizer-lhe como as evitar.

Como vimos, são vários os canais que podem ser utilizados para tentativas de fraude financeira. Por isso, são também muitas as medidas que pode adotar para manter os seus dados seguros e confidenciais. São elas:

  • Não aceder a equipamentos ou redes públicas de internet;
  • Utilizar nos dispositivos tecnológicos antivírus e anti-spyware com firewall;
  • Manter atualizados os programas instalados nos dispositivos;
  • Não utilizar palavras-passe óbvias,
  • Verificar sempre o endereço dos e-mails recebidos e atestar a veracidade das chamadas telefónicas. Em caso de dúvida, entrar em contacto com a entidade que diz estar a contactá-lo, questionando se aquela é uma prática comum;
  • No caso do e-mail ou chamadas serem falsas eliminar e bloquear, respetivamente;
  • Não clicar em links nem fazer downloads de fontes desconhecidas;
  • Não colocar dados pessoais em sites não autenticados;
  • Acompanhe as suas contas bancárias. Reveja regularmente os extratos bancários e esteja atento a possíveis transações suspeitas;
  • No caso de um contacto em nome de um amigo/conhecido, entrar em contacto com o próprio através do número original para verificar a situação;
  • Não utilizar o cartão bancário em estabelecimentos suspeitos, ou emprestá-lo;
  • Utilizar cartões virtuais para compras online.

Pretende pedir um crédito pessoal? Faça somente um contrato de crédito com entidades registadas e autorizadas pelo Banco de Portugal.

Estes são alguns dos comportamentos que vão manter em segurança os seus dados bancários.

Já sabemos quais e como evitar as principais tentativas de fraude bancária, mas, e se tiver o azar de ser apanhado num destes esquemas? Há esperança de recuperar o dinheiro?

Sim, há esperança. Mas é importante perceber que é difícil inverter a perda do dinheiro. 

Vamos começar pelo cenário mais complicado: o MB Way.

Numa burla por MB Way, como depende da entrega dos próprios dados a terceiros, o banco não se responsabiliza. Por essa razão, reaver o seu dinheiro será impossível.

Caso se trate de uma transferência bancária, o cenário melhora. Primeiro, é importante contactar o banco imediatamente após ter conhecimento de ter sido burlado, já que aumenta as hipóteses de resolução.

Depois, é importante perceber que a operação para cancelar uma transferência bancária tem custos. Mas, apesar das despesas, não é garantido que veja o seu dinheiro de volta. O banco terá de provar que o cliente foi negligente.

Contudo, se não o fizer, o consumidor tem o direito a ser reembolsado.

No caso do dinheiro já estar disponível na outra conta, a sua recuperação depende da aprovação do beneficiário. Ora, numa situação como esta, esse cenário seria pouco provável.

Segundo o Banco de Portugal, quase 10% da população portuguesa já foi afetada por uma situação de fraude. Ainda assim, os números atuais não são alarmantes, embora apontem para uma tendência de subida

De acordo com outro estudo divulgado pela mesma fonte, e citado pelo jornal Público, as fraudes com transferências bancárias sobem desde 2021. Em contrapartida, os números de fraude nos pagamentos e transferências eletrónicas, registam valores reduzidos.

Sabias Que:

O mesmo estudo atesta, também, a dificuldade de reverter uma situação de burla. Mais de 80% das perdas, em caso de transferência, são suportadas pelo lesado.

Apesar disso, têm sido desenvolvidas cada vez mais soluções para dificultar o sucesso destes crimes, como a inclusão do número de telefone nas transferências.

Com contornos diferentes, mas igualmente ilícito e fraudulento, são as atividades de agiotas. As ofertas dos seus serviços proliferam, principalmente, nas redes sociais, de tal forma que levou o Banco de Portugal a agir.

Sendo a agiotagem uma prática ilegal, estamos perante um crime previsto na lei n.º 48/95, artigo 226.º, punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias.

Por isso, devem estar sempre envolvidas apenas entidades registadas. No Portal do Crédito, ajudamos a que o faça de forma simples e segura.

Como vimos, são muitas e engenhosas as formas de enganar para obter dinheiro e, infelizmente, difíceis de reverter uma vez apanhados na armadilha. Assim, a solução será sempre a prevenção, com atenção e cuidados redobrados.

Acima de tudo, é importante ter consciência de que estes não são cenários onde apenas caem alguns – mais desatentos ou informados. Proteja-se e, perante uma situação de fraude, denuncie.