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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Financiamento empresarial mais caro com nova subida das taxas na zona euro

Financiamento empresarial mais caro com nova subida das taxas na zona euro

As empresas da zona do euro registaram uma subida líquida de 2% nas taxas de juro dos empréstimos bancários no terceiro trimestre de 2025, valor que reverte um resultado de -14% no trimestre anterior.

A subida afeta sobretudo as pequenas e médias empresas (PME), enquanto as grandes firmas apontaram uma queda líquida de 3% nas taxas.

Além disso, 23% das empresas reportaram um aumento nos custos de financiamento, incluindo taxas, encargos e comissões, contra 16% no segundo trimestre.

Também os requisitos de garantia tornaram-se mais apertados, com uma percentagem líquida de 16% a assinalar esse efeito, quando no trimestre anterior era de 11%.

Mesmo com as necessidades de financiamento das empresas a manterem-se estáveis, a disponibilidade de crédito bancário reduziu, criando uma lacuna de financiamento mais evidente.

As expectativas das empresas quanto à manutenção da disponibilidade de financiamento externo para os próximos três meses são menos otimistas do que as registadas anteriormente.

À medida que os encargos sobem e os bancos se tornam mais cautelosos, usar linhas de crédito ou financiar investimentos torna-se mais caro e menos acessível. Esta dinâmica incide particularmente sobre as PME, que dependem mais fortemente de financiamento externo, para manter ou expandir operações.

O inquérito realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) abrangeu 10.225 empresas da zona do euro, entre 27 de agosto e 3 de outubro de 2025, das quais 93% tinham menos de 250 trabalhadores.

Embora a subida das taxas de juro seja ligeira, evidencia-se uma alteração no ambiente de financiamento empresarial na zona euro. Os custos do dinheiro aumentam, a disponibilidade de crédito reduz-se e as empresas enfrentam condições mais restritivas para os seus empréstimos.