As empresas da zona do euro registaram uma subida líquida de 2% nas taxas de juro dos empréstimos bancários no terceiro trimestre de 2025, valor que reverte um resultado de -14% no trimestre anterior.
A subida afeta sobretudo as pequenas e médias empresas (PME), enquanto as grandes firmas apontaram uma queda líquida de 3% nas taxas.
Além disso, 23% das empresas reportaram um aumento nos custos de financiamento, incluindo taxas, encargos e comissões, contra 16% no segundo trimestre.
Também os requisitos de garantia tornaram-se mais apertados, com uma percentagem líquida de 16% a assinalar esse efeito, quando no trimestre anterior era de 11%.
Mesmo com as necessidades de financiamento das empresas a manterem-se estáveis, a disponibilidade de crédito bancário reduziu, criando uma lacuna de financiamento mais evidente.
As expectativas das empresas quanto à manutenção da disponibilidade de financiamento externo para os próximos três meses são menos otimistas do que as registadas anteriormente.
À medida que os encargos sobem e os bancos se tornam mais cautelosos, usar linhas de crédito ou financiar investimentos torna-se mais caro e menos acessível. Esta dinâmica incide particularmente sobre as PME, que dependem mais fortemente de financiamento externo, para manter ou expandir operações.
O inquérito realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) abrangeu 10.225 empresas da zona do euro, entre 27 de agosto e 3 de outubro de 2025, das quais 93% tinham menos de 250 trabalhadores.
Embora a subida das taxas de juro seja ligeira, evidencia-se uma alteração no ambiente de financiamento empresarial na zona euro. Os custos do dinheiro aumentam, a disponibilidade de crédito reduz-se e as empresas enfrentam condições mais restritivas para os seus empréstimos.