Intermediação de Crédito
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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Foco no rendimento deixa incentivos à poupança para depois

Foco no rendimento deixa incentivos à poupança para depois

O Governo decidiu não avançar com incentivos diretos à poupança no próximo orçamento. Embora o documento proposto para 2026 mencionasse que iria criar contas-poupança isentas de impostos, essa medida não consta da versão final.

Em vez disso, a estratégia centra-se no aumento do rendimento disponível das famílias, com o objetivo de reforçar o poder de compra antes de pensar em produtos financeiros específicos.

Segundo o plano orçamental, mantém-se a continuidade de benefícios como o IRS Jovem ou a atualização das condições do IMT Jovem, com isenção até aos 2% para imóveis até cerca de 330.500 €.

Estas medidas, com foco nos jovens e no acesso à habitação, são apresentadas como formas de libertar rendimento e facilitar a autonomia, mais do que de impulsionar a acumulação de capital através de poupança estruturada.

A ideia de colocar a acumulação financeira como prioridade ficou para segundo plano. O Executivo admitiu ter em vista “um contributo ativo” para as estratégias europeias de mercado interno e investimento de poupança, mas sem instrumentos concretos agora.

Neste contexto, surge um tema importante para quem avalia opções de crédito: quanto maior o rendimento disponível, maior a margem para contrair compromissos financeiros como empréstimos pessoais ou linhas de crédito sem comprometer a estabilidade orçamental.

Especialistas em finanças pessoais alertam que a ausência de estímulos à poupança e à literacia financeira constitui uma lacuna no panorama nacional.

A proposta orçamental aponta para um equilíbrio das contas públicas, mas deixa por definir como será fomentada a cultura de investimento e de acumulação a longo prazo, aspetos essenciais para a saúde financeira das famílias.

O orçamento centra-se no rendimento e no acesso à habitação, em detrimento de medidas que especificamente estimulem a poupança. Quem procura otimizar as suas finanças deve olhar tanto para o rendimento disponível como para a forma como gere o crédito e os compromissos assumidos, nomeadamente através de planeamento financeiro e de uma melhor gestão de orçamento familiar.