No terceiro trimestre de 2025, o Índice de Custo do Trabalho (ICT) subiu 4,7% em termos homólogos, segundo o INE.
O organismo destaca que a evolução dos custos laborais continua a influenciar o ritmo da economia, apesar da desaceleração face ao trimestre anterior. A combinação entre aumento salarial e variação da produtividade está entre os principais fatores que explicam esta tendência.
O INE refere que o custo médio por trabalhador aumentou 5,1%, acompanhado de uma subida de 0,3% nas horas efetivamente trabalhadas. Este movimento afetou tanto os salários como os restantes encargos por hora.
A dinâmica do mercado de trabalho reflete estes ajustamentos, que pressionam as empresas a gerir melhor os seus encargos salariais e a adaptar processos internos para manter eficiência.
A construção foi o setor com maior aumento no custo médio por trabalhador, ao subir 6,5%. Já a indústria registou um crescimento mais moderado de 4,6%. Apesar disso, as horas trabalhadas diminuíram na indústria e nos serviços, contrastando com a subida na Administração Pública.
Estas diferenças mostram como os custos operacionais e a eficiência produtiva variam entre setores, aumentando a exigência sobre a gestão das empresas num contexto de pressões salariais.
O aumento dos custos laborais tem também efeitos no financiamento das empresas. Quando os encargos sobem, cresce a necessidade de analisar com atenção as condições de crédito empresarial e a forma como o endividamento pode influenciar a capacidade de cumprir obrigações.
A procura de soluções de financiamento empresarial tende a intensificar-se em períodos de maior pressão sobre a tesouraria.
A evolução do ICT no terceiro trimestre confirma que as empresas enfrentam custos cada vez mais exigentes. A acompanhar esta tendência, torna-se essencial reforçar a gestão financeira, avaliar riscos associados ao crédito e garantir que a estrutura de custos se mantém sustentável. Este equilíbrio é determinante para a competitividade e para a estabilidade futura das organizações.