Os dados mais recentes da Pordata indicam que a taxa de risco de pobreza em Portugal registou, em 2023, uma diminuição modesta, mas ainda afeta milhões de cidadãos.
Em 2023, 16,6% da população vivia abaixo do limiar de pobreza, o que equivale a cerca de 1,8 milhões de pessoas com rendimento inferior a 632 € mensais por adulto equivalente.
A queda foi de apenas 0,4 pontos percentuais face a 2022, quando a taxa era de 17 %. O recuo deveu-se sobretudo ao ligeiro alívio entre agregados com crianças, enquanto em outras faixas persistem situações críticas.
Apesar da descida, o impacto continua significativo em muitos grupos vulneráveis.
O relatório destaca que os grupos mais vulneráveis continuam a ser as famílias monoparentais com filhos: quase 1 em cada 3 vive com menos de 632€ mensais por pessoa no agregado. Logo a seguir, vêm as pessoas que vivem sozinhas, cuja taxa de risco subiu para 28,6%.
Os desempregados enfrentam também uma pressão muito elevada: 44,3% viviam em agregados abaixo do limiar de pobreza em 2023. Entre os reformados, a taxa subiu de 15,4% para 19,6%.
Na vertente regional, metade das famílias tinha um rendimento mensal per capita inferior a 1.054€.
Em termos comparativos entre países da União Europeia, Portugal caiu para a 19.ª posição em rendimento médio mensal das famílias.
Estes dados reforçam a importância de instrumentos financeiros bem ajustados, como soluções de crédito responsáveis, para mitigar impactos em agregados fragilizados.
O acesso a crédito adaptado pode servir de suporte transitório às famílias em risco e evitar que pequenas dificuldades se convertam em exclusão persistente