Com base em dados recentemente divulgados pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, muitos reformados enfrentam uma crescente pressão financeira, ao manter em média quatro créditos ativos por agregado familiar.
Este cenário evidencia-se num contexto em que a redução do rendimento habitual, com a transição para a pensão, coincide com um conjunto elevado de encargos regulares.
O relatório da associação revela que o vigor da carga dos empréstimos nessa faixa etária compromete uma parte substancial do rendimento disponível. A conjugação de múltiplos empréstimos com um orçamento fixo leva a que os reformados tenham menor margem para responder a imprevistos ou adaptar-se a alterações no custo de vida.
Este fenómeno está intimamente ligado às práticas de obtenção de crédito e à necessidade de planeamento financeiro antecipado: a gestão dos vários contratos, a avaliação da capacidade de pagamento e a supervisão conjunta dos encargos tornam-se essenciais no momento da aposentação.
Este panorama suscita também uma ligação direta com o tema do crédito em geral, uma vez que muitos agregados recorrem ao crédito pessoal ou renovam financiamentos existentes para suportar o nível de vida.
A Associação apela à adoção precoce de medidas de poupança e à renegociação dos contratos de crédito existentes. A revisão da carteira de empréstimos, identificando quais valem a pena manter e quais devem ser liquidados, contribui para aliviar o peso dos compromissos.
Embora seja comum considerar que a reforma marca a fase do fim do crédito, o contrário verifica-se em muitos casos: os empréstimos multiplicam-se ou persistem.
Será, por isso, urgente que as famílias avaliem a sua relação com o crédito, reforcem a poupança e ajustem os compromissos financeiros para garantir maior tranquilidade no futuro.