Os bancos em Portugal já utilizaram quase um terço da garantia pública criada pelo Estado para apoiar a compra de habitação por jovens. Esta linha de crédito arrancou com uma dotação inicial de 1.000 milhões de euros, com um reforço previsto de até 200 milhões, caso a procura o justifique.
De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, entre janeiro e julho foram assinados aproximadamente 13.200 contratos de crédito com garantia estatal, num valor total de 2.500 milhões de euros.
Só no mês de julho, cerca de 2.400 novos contratos foram formalizados, correspondendo a um financiamento adicional de 475 milhões de euros. Estes números revelam a dimensão da procura e a rapidez com que os mutuários recorrem a esta medida.
No caso dos jovens até aos 35 anos, milhares de famílias já beneficiaram desta solução. Entre janeiro e julho, os contratos com garantia pública representaram 38,7% do total de operações de habitação realizadas por este grupo e 41% do montante financiado.
Estes valores evidenciam o peso significativo da medida no acesso dos mais jovens ao crédito para compra de casa.
Já considerando todos os beneficiários, independentemente da idade, os contratos com garantia estatal corresponderam a 21,2% do total de operações de crédito à habitação e 24,2% do montante concedido pelos bancos. No total, 32,1% da verba disponível para este mecanismo já foi utilizada.
Segundo as regras definidas pelo Governo, os bancos podem financiar entre 85% e 100% do valor do imóvel, desde que o preço não ultrapasse 450.000 euros.
A garantia do Estado cobre até 15% do valor e pode ser acionada antes da execução dos bens pessoais dos clientes ou garantes.
Esta medida, válida até 31 de dezembro de 2026, pretende facilitar o acesso à habitação num contexto de forte pressão nos preços do mercado imobiliário, mostrando-se um instrumento relevante para apoiar as novas gerações na conquista da casa própria.