Famílias dominam mercado habitacional com quase 90% das compras

Os preços das casas em Portugal voltaram a acelerar no 2.º trimestre de 2025, registando uma subida de 17,2% face ao mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais. Este aumento representa a variação anual mais acentuada desde que há registos. As habitações existentes destacaram-se, com uma valorização de 18,3%, ao passo que os imóveis novos cresceram 14,5%.

Entre abril e junho, foram vendidas 42.889 casas em todo o país, mais 15,5% do que no 2.º trimestre de 2024. Deste total, 34.579 correspondiam a habitações já usadas, cujo dinamismo impulsionou o mercado. O valor global das transações atingiu 10,3 mil milhões de euros, representando um crescimento expressivo de 30,4% em termos homólogos.

As famílias continuam a ser os principais compradores, responsáveis por 87,9% das aquisições, num total de 37.699 imóveis. Estas operações somaram 8,9 mil milhões de euros, mais 32,8% do que no ano anterior.

Por sua vez, a participação de estrangeiros no mercado imobiliário tem vindo a diminuir. No 2.º trimestre de 2025, compradores com residência fiscal fora de Portugal adquiriram 2.107 habitações, o que corresponde a apenas 4,9% do total. Este valor traduz uma queda de 14,5% face ao mesmo período de 2024, confirmando a tendência de retração já observada em trimestres anteriores. Entre estes, os cidadãos da União Europeia compraram 1.112 casas, menos 10,5%, ao passo que compradores de outros países somaram 995 transações, uma descida ainda mais acentuada de 18,6%.

Regionalmente, o Norte liderou em número de transações, com 12.955 casas vendidas (30,2% do total), seguido pela Grande Lisboa, que registou 8.189 vendas, correspondentes a 19,1% do mercado. Já em termos de valor, foi Lisboa que ultrapassou os 3 mil milhões de euros em volume de transações.

O cenário de forte procura e preços em alta reforça a importância do acesso a soluções de crédito habitação. Com valores cada vez mais elevados, recorrer a financiamento continua a ser determinante para muitas famílias que desejam adquirir casa em Portugal. Contudo, este contexto levanta também questões sobre a sustentabilidade do mercado imobiliário a médio prazo.