O Banco Central Europeu (BCE) indicou que as pressões salariais na zona euro deverão manter-se mais estáveis até setembro de 2026. Os dados preliminares para o primeiro trimestre de 2026 apontam para um crescimento negociado dos salários inferior, o que sugere um arrefecimento da tendência anterior.
Para 2025, os acordos salariais já assinados indicam um aumento médio de 3,2%, comparado com os 4,7% registados em 2024.
Nos dois primeiros trimestres de 2026, a estimativa da instituição aponta para uma subida de apenas 1,8%, com uma recuperação moderada para 2,2% no terceiro trimestre desse ano.
O BCE justifica esta previsão afirmando que os pagamentos únicos que impulsionaram os salários em 2024 já não se repetirão e que os aumentos negociados foram antecipados em muitos setores. Esta evolução é considerada favorável à manutenção da inflação na meta de cerca de 2%.
Dentro deste contexto, a estabilidade salarial tem impacto direto sobre o custo dos empréstimos e as condições de financiamento.
De facto, ao avaliar o risco de crédito, os bancos e instituições financeiras observam com atenção a trajetória dos salários negociados, pois esta pode influenciar a capacidade de pagamento dos mutuários e, consequentemente, o mercado do crédito.
O BCE considera que a combinação de crescimento salarial moderado e estabilização das negociações coletivas cria um ambiente menos volátil para os preços e para a política monetária. A expectativa é que esta tendência contribua para uma inflação controlada e para condições mais previsíveis no panorama económico da zona euro.