O apoio estatal à compra de veículos elétricos disponível em Portugal esgotou num espaço de tempo muito curto, deixando fora muitos potenciais beneficiários. O programa de incentivos, que tinha vagas limitadas para pedidos de subvenção, atraiu um elevado número de candidaturas logo nas primeiras horas após a abertura.
O incentivo tinha como objetivo apoiar a aquisição de veículos elétricos e de baixas emissões, com a intenção de acelerar a transição energética e reduzir o impacto ambiental do setor dos transportes. Muitos condutores interessados em trocar carros a combustão por versões elétricas viram a oportunidade desaparecer rapidamente.
Programa com forte procura desde o arranque
O apoio estatal estava previsto para abranger um número limitado de candidaturas, com um orçamento fixo atribuído para 2025. Assim que os pedidos foram abertos, registou-se um afluxo imediato de pedidos, levando ao esgotamento dos fundos disponíveis em poucas horas.
Fontes ligadas à implementação do programa indicam que muitos automobilistas se prepararam antecipadamente para submeter as candidaturas, o que contribuiu para o rápido esgotamento.
A elevada procura demonstra o interesse dos consumidores em veículos mais sustentáveis, mas também evidencia dificuldades de planeamento na gestão dos apoios públicos.
Valores e critérios de apoio
O esquema de incentivo contemplava diferentes valores de apoio conforme o tipo de veículo e as características do comprador. Veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in tinham condições preferenciais no acesso aos fundos.
Os apoios variavam consoante o preço do carro, as emissões e outros critérios ambientais. O objetivo era tornar os veículos com menor impacto climático mais acessíveis, reduzindo a barreira do custo inicial, que muitas vezes é apontado como um dos principais entraves à compra.
Apesar da intenção de incentivar a mobilidade sustentável, muitos potenciais compradores não conseguiram completar a sua candidatura antes do esgotamento dos fundos. Este cenário gerou críticas de alguns setores que defendem uma maior dotação de recursos para futuros concursos.
Consultas e análises em curso
Após o esgotamento dos apoios, entidades governamentais responsáveis pela gestão do programa admitiram estar a analisar formas de reforçar o orçamento ou de reprogramar apoios adicionais no próximo ano. O objetivo é ajustar a dotação orçamental às necessidades reais do mercado, tendo em conta o elevado interesse demonstrado pelos consumidores.
Representantes do setor automóvel também têm solicitado uma revisão dos parâmetros de apoio, de modo a garantir uma maior inclusão e a minimizar o efeito de “fila de velocidade” em que só os pedidos mais rápidos são contemplados.
Impacto no mercado automóvel elétrico
A rápida utilização dos fundos disponíveis revela um crescimento robusto do interesse dos portugueses por veículos elétricos. A transição para frotas mais verdes tem sido apoiada por políticas públicas, mas a experiência recente mostra que a procura pode estar a ultrapassar a capacidade de financiamento prevista.
Com os apoios a esgotarem rapidamente, muitos consumidores recorrem ao crédito automóvel para suportar o custo de aquisição, avaliando prazos, taxas e condições de financiamento. Num contexto de preços elevados dos veículos elétricos, o acesso ao crédito torna-se um fator determinante para viabilizar a transição para soluções de mobilidade mais sustentáveis.
A eletrificação dos transportes está a ganhar cada vez mais peso nas estratégias empresariais e nas decisões dos consumidores.
Os especialistas consideram que será necessário rever os mecanismos de incentivo para os próximos anos. Uma maior estabilidade e previsibilidade nos apoios pode ajudar a consolidar o mercado de veículos elétricos em Portugal.