As subidas muito expressivas da Euribor nos últimos anos permitiram concluir: esta taxa tem um impacto significativo nas prestações do crédito habitação.
Cientes disto, preparámos um simulador Euribor para que consiga saber como será atualizada a sua mensalidade da casa com base nas taxas atuais.
Vamos ainda clarificar como evolui a Euribor e se é possível perceber ao certo quando desce esta taxa.
Simulador Euribor: Saiba Quanto Vai Pagar
O impacto de uma atualização da Euribor na prestação da sua casa vai depender de diferentes aspetos do seu crédito:
- O valor que ainda tem por liquidar no empréstimo (capital em dívida);
- O valor do spread contratado;
- O número de meses restantes até ao final do contrato;
- O prazo da Euribor associado ao crédito (3, 6 ou 12 meses).
Ora, o nosso simulador Euribor permite obter uma estimativa da sua mensalidade se a revisão deste indexante fosse feita hoje de acordo com as especificidades das características apresentadas.
Não menos importante, a Euribor a considerar é aquela que resulta da média da taxa no mês anterior à simulação.
Para ajudar a perceber melhor, vamos partilhar um exemplo concreto.
O João e a Catarina começaram a pagar uma casa em fevereiro de 2024. O contrato de crédito à habitação em causa tem as características seguintes:
- Euribor a 6 meses;
- Spread de 0,80%;
- Prazo de pagamento de 360 meses;
- Montante em dívida no valor de 150.000€.
Uma vez que o casal iniciou o pagamento em fevereiro, a Euribor a considerar é a de janeiro. Neste caso, o valor da taxa era de 3,901% e a mensalidade fixava-se nos 777,24€.
Após seis meses (altura em que a Euribor é revista neste caso), a taxa a considerar é a de junho (3,715%) e, como tal, a prestação desta família baixou para 761,37€. Estamos, pois, a falar de uma poupança mensal de 15,87€.
Recordamos que os valores atribuídos pelo nosso simulador Euribor são uma estimativa. Para conhecer a poupança real, deve solicitar o valor ao seu banco.
Evidentemente, os valores serão outros de acordo com diferentes aspetos do empréstimo habitação. Na verdade, bastam diferentes capitais em dívida para os cenários mudarem.
Quando Desce a Euribor?
É impossível saber, ao certo, quando desce (ou quando sobe) a Euribor.
Efetivamente, a taxa Euribor tem conhecido sempre períodos de subida e de descida que dependem, sobretudo, de dois fatores de peso:
- A política monetária do Banco Central Europeu;
- A saúde da economia mundial.
Estas duas variáveis influenciam-se mutuamente e determinam um aumento ou contração das taxas Euribor.
Atualmente, as taxas têm registado uma diminuição e a expectativa é a de que continuem a descer até ao final de 2024.
Ainda assim, será impossível ir além das previsões. O importante é acompanhar o mercado e gerir seu o orçamento de acordo com aquelas que são, lá está, as expectativas para o curto e médio prazo.
Quanto Vai Descer a Minha Prestação?
A resposta a esta pergunta não é certa: o peso de uma descida ou mesmo de uma subida da Euribor (e, por consequência, da sua prestação) nunca vai ser conhecido com um grau de certeza total.
Entre os especialistas, o consenso é, como viu, o de que as taxas vão continuar a descer até ao final do ano para se fixarem em torno dos 3%. Idealmente, até se estabeleceriam abaixo dessa percentagem. No entanto, saber ao certo é inviável.
A verdade é que podemos partilhar estimativas. E, a este nível, os dados são nossos amigos. Vamos usar os que já existem para, dessa forma, chegarmos a uma previsão que seja mais credível.
Voltemos, então, ao exemplo do João e da Mariana. E vamos também assumir que, de facto, a Euribor no final do ano se fixa perto dos 3%.
Nós sabemos que, em fevereiro de 2023, o valor da taxa Euribor a 6 meses era de 3,135%. Ora, se na próxima revisão do indexante, no caso deste casal, a Euribor se encontrar a este nível, a mensalidade a pagar vai ser de 710,51€.
Assim, estamos a falar de uma poupança ainda mais expressiva: desta vez, de 50,86€ face à última atualização da taxa, em julho.
Existem Outras Formas de Reduzir a Prestação?
Aguardar por uma descida das Euribor não é o único método que tem ao seu dispor para baixar as mensalidades do seu crédito habitação. Há cinco outras estratégias que deve considerar para esse efeito.
- Transferência de Crédito Habitação: se as condições do seu empréstimo no banco atual não forem favoráveis, poderá ponderar uma transferência do crédito. Pode, por exemplo, procurar uma instituição financeira com um spread mais baixo e com outros benefícios;
Saiba mais sobre no nosso artigo de Transferência de Empréstimo Habitação.
- Renegociação de Crédito Habitação: pode entrar em contacto com o seu banco e procurar renegociar por conta própria o contrato. Em algumas situações pode conseguir alargar os prazos de pagamento, arranjar um período de carência ou baixar o spread contratado;
- Consolidação de Créditos: além dos encargos com a casa, muitos portugueses suportam o pagamento de cartões de crédito e créditos pessoais. Nestes casos, uma consolidação poderá reduzir os encargos para menos de metade e ainda baixar os juros que paga atualmente.
Saiba mais sobre esta solução no nosso artigo sobre Consolidação de Créditos.
- Amortização de Crédito: se tiver capital disponível, pode optar por um reembolso antecipado do seu empréstimo. Desta forma, consegue reduzir as suas prestações mensais. Caso tenha um contrato de crédito com taxa variável, beneficia até da isenção das comissões de amortização até ao final do ano.
- Apoios do Estado: atualmente, estão também em vigor diversas medidas para apoiar as famílias a poupar no crédito habitação. Destacam-se, entre outras ajudas, a bonificação temporária dos juros, ou o uso de PPRs para amortizar o empréstimo.
A par destas medidas, há, como já percebeu, o contexto favorável: as taxas Euribor estão atualmente em queda e esta é também uma oportunidade de poupança.
Na verdade, tem a possibilidade de “juntar o útil ao agradável” e apostar numa das medidas apresentadas para pôr ainda mais dinheiro ao bolso neste período.
Por exemplo, poderá transferir o seu crédito habitação para um banco que ofereça melhores condições contratuais e usufruir das prestações naturalmente mais baixas agora que as taxas Euribor estão, lá está, a cair.
Para tal, basta uma simulação para identificar as instituições financeiras com as propostas mais vantajosas.
Conclusão
Qualquer subida ou descida das taxas Euribor tem um impacto direto na sua carteira, uma vez que este indexante influencia as prestações do crédito habitação.
Para saber como a mensalidade do seu empréstimo vai alterar, a utilização do simulador Euribor é uma boa prática. De igual modo, é recomendado prestar atenção ao mercado e às previsões dos especialistas.
Adicionalmente, há outras estratégias para aliviar o seu orçamento mensal, desde a transferência de crédito até à amortização e ainda ao recurso a apoios do Governo.
Perguntas e Respostas
Quantas taxas Euribor existem?
Atualmente, o mercado financeiro apresenta cinco prazos de atualização das taxas Euribor associadas ao seu crédito:
- 1 semana;
- 1 mês;
- 3 meses;
- 6 meses;
- 12 meses.
Os de maior relevo são os três últimos.
O que significa ter uma Euribor a 3, 6, ou 12 meses?
Contratar uma Euribor a 3, 6 ou 12 meses significa que, periodicamente (num desses três prazos), as taxas de juro aplicadas ao seu crédito habitação serão revistas. Ou seja, a sua prestação mensal irá sofrer alterações tendo em conta a média das Euribor no mês anterior ao da revisão. Se essa média for maior, a sua mensalidade aumentará; se for menor, a prestação também cai.
Como saber se a Euribor vai subir ou descer?
É impossível saber ao certo o trajeto da Euribor. Desde que nasceu, em 1999, esta taxa tem conhecido períodos de subida e de descida que derivam, essencialmente, das políticas do Banco Central Europeu e do estado da economia mundial. O importante é estar atento ao mercado e considerar as previsões dos especialistas e analistas de crédito.
É possível baixar as prestações do crédito habitação sem ser com uma redução da Euribor?
Sim, é possível. Concretamente, há cinco estratégias para potenciar a sua poupança com as prestações da casa:
- Transferir o crédito habitação;
- Renegociar o crédito habitação;
- Consolidar créditos;
- Amortizar o crédito habitação;
- Recorrer aos apoios do Estado.