As famílias portuguesas pediram crédito no valor de 3.033 milhões de euros em julho, o montante mais elevado desde o início da série histórica do Banco de Portugal, em dezembro de 2014.
O crédito para habitação cresceu 190 milhões de euros face a junho, totalizando 2.105 milhões de euros, outro valor recorde. Os jovens até aos 35 anos continuam a representar uma fatia significativa: 59% do total de crédito é direcionado à habitação própria.
No segmento de consumo, registou-se também um máximo histórico: 636 milhões de euros, mais 80 milhões de euros do que em junho. O crédito para outros fins subiu 20 milhões de euros, para 291 milhões de euros.
Considerando todas as operações, incluindo renegociações, o total de novas operações de crédito a particulares atingiu 3.418 milhões de euros em julho, mais 284 milhões de euros do que em junho. As renegociações caíram para 386 milhões de euros, menos 6 milhões de euros do que no mês anterior.
A procura por crédito tem sido impulsionada pela redução das taxas de juro e por medidas de apoio, sobretudo à compra da primeira casa por jovens.
A taxa média de juro para crédito à habitação novo caiu pelo sexto mês seguido, de 2,92% em junho para 2,88% em julho. No caso das renegociações, as taxas passaram para 2,86% (novos contratos) e 3,03% (renegociados).
Nos empréstimos ao consumo, a taxa média de juro desceu 0,04 pontos percentuais para 8,82%, enquanto nos créditos para outros fins a redução foi de 0,06 pontos, fixando-se em 3,50%.
O panorama revela famílias cada vez mais recetivas ao recurso ao crédito, tanto para habitação como para consumo. A conjugação de condições mais favoráveis e apoios públicos está a impulsionar a procura a níveis nunca antes vistos.