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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Portugal desce para 22.º lugar no poder de compra na Europa

Portugal desce para 22.º lugar no poder de compra na Europa

Portugal ocupa agora o 22.º lugar entre 42 países europeus em termos de poder de compra per capita, segundo o estudo “Purchasing Power Europe 2025”, da GfK/NIQ Geomarketing.

Apesar desta descida de posição, o rendimento disponível dos portugueses aumentou 15,7% face ao ano anterior, fixando-se em 16.943€ por habitante. A média europeia situa-se nos 20.291€ por habitante, o que evidencia que Portugal continua abaixo desse patamar.

O estudo revela ainda uma clara disparidade regional interna: o concelho de Oeiras lidera o ranking nacional com 26.863€ per capita, ultrapassando a capital, Lisboa, que fixa em 26.161€.

Em contraste, municípios do interior, como Vinhais, registam valores tão baixos como 9.406€, apontando para um forte fosso entre zonas metropolitanas e territórios menos desenvolvidos.

O relatório refere também que, embora se antecipe que as taxas de inflação deverão fixar-se em 2,3% em 2025 face aos 2,6% de 2024, o custo de vida em Portugal permanece elevado. Com aumentos acentuados nos preços da habitação, energia e alimentação, continua a limitar o crescimento real do rendimento das famílias.

Esta evolução tem impacto direto no acesso ao crédito e nas condições financeiras das famílias.

Quando o poder de compra se torna mais restrito, os cidadãos podem encontrar menos folga para amortizar empréstimos ou para contrair novo crédito. A saúde da economia familiar influência as decisões de crédito tanto para despesas correntes como para investimento futuro.

Em resumo, Portugal reflete uma situação de progressiva recuperação no rendimento disponível per capita, mas a real convergência com a média europeia ainda está por atingir.

A descida para o 22.º lugar no ranking europeu alerta para os desafios que persistem, nomeadamente em termos de desigualdade regional e carga elevada de custos essenciais.