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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

OCDE aponta mais dinamismo económico e alerta para risco no défice

A OCDE reviu em alta a previsão de crescimento económico para Portugal em 2026, mas alerta para um agravamento do défice público

A OCDE reviu em alta a previsão de crescimento económico para Portugal em 2026, mas alerta para um agravamento do défice público. No mais recente relatório, estima-se um crescimento do Produto Interno Bruto de 2,2% no próximo ano, um acréscimo de 0,3 pontos percentuais face à previsão anterior. Esta nova estimativa aproxima se muito da meta do Governo para 2026 e alinha se com as projeções do Banco de Portugal e da Comissão Europeia.

Apesar do impulso esperado na atividade económica, com um mercado de trabalho dinâmico, aumentos no salário mínimo e cortes de IRS, que deverão promover o consumo privado, além do investimento público impulsionado pelo Plano Nacional de Recuperação e Resiliência, a OCDE mostra se cautelosa quanto à evolução das finanças públicas.

Para 2026, a instituição projeta um défice orçamental de 0,6% do PIB, invertendo o excedente previsto para este ano, estimado em 0,1%. A política orçamental será ainda expansionista durante 2026, com risco de pressões para a dívida pública, apesar da expectativa de uma trajetória decrescente nos próximos anos.

Este cenário ilustra bem o dilema entre crescimento económico e disciplina nas contas públicas. A previsão otimista de crescimento pode dar espaço a aumentos no consumo e investimentos privados, fatores que influenciam diretamente o acesso ao crédito.

O aumento do défice poderá condicionar a confiança dos mercados e das instituições financeiras. A sustentabilidade deste crescimento dependerá da capacidade de manter as finanças públicas sob controlo e de garantir um ambiente estável para o crédito.

A OCDE espera que a economia portuguesa acelere em 2026, mas sublinha que o sucesso dessa aceleração deve estar apoiado numa gestão orçamental rigorosa.