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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Insolvências em Portugal crescem 8% até Agosto

O número de insolvências em Portugal aumentou 8% nos primeiros oito meses do ano, em comparação com igual período de 2024.

O número de insolvências em Portugal aumentou 8% nos primeiros oito meses do ano, em comparação com igual período de 2024.

Segundo dados da Iberinform, filial da Crédito y Caución, registaram-se 1.190 empresas declaradas insolventes, mais 179 face ao ano anterior. Apesar da subida, agosto também trouxe uma ligeira descida, com menos 60 processos do que no mesmo mês de 2024.

Os setores mais afetados foram Agricultura, Caça e Pesca, com um crescimento de 69%, Telecomunicações (67%) e Transportes (32%). Já na área de Eletricidade, Gás e Água verificou-se uma redução de 50%, sinal de que a evolução não é uniforme e depende do perfil de cada setor.

Quanto à distribuição geográfica, Porto e Lisboa continuam a liderar em números absolutos, com 604 e 561 empresas insolventes, respetivamente. Ambos os distritos registaram aumentos de 15% face ao ano passado. Destaque ainda para Castelo Branco (+36%), Viana do Castelo (+32%), Leiria (+30%) e Bragança (+29%), onde a tendência de crescimento é clara.

Por outro lado, a constituição de novas empresas mostra sinais de travagem. Entre janeiro e agosto foram criadas 35.537 sociedades, apenas 0.9% acima do período homólogo. Em agosto, o recuo foi mais acentuado: 2.550 novas empresas, menos 24% do que no mesmo mês de 2024.

Estes números levantam preocupações no acesso ao crédito empresarial. Com mais insolvências e menos dinamismo no tecido empresarial, bancos e instituições financeiras tornam-se mais prudentes na concessão de financiamento. Para muitos empresários, rever contratos e procurar soluções alternativas de financiamento pode ser decisivo para enfrentar um contexto económico cada vez mais exigente.