Um levantamento recente indica que a taxa de esforço das famílias portuguesas aumentou, em média, para 28,7%. Segundo dados divulgados pelo Jornal Económico, este indicador mostra que os encargos financeiros estão a pesar cada vez mais no rendimento dos agregados familiares.
A taxa de esforço mede a percentagem do rendimento destinada ao pagamento de empréstimos, como crédito habitação, crédito ao consumo e outras prestações fixas. O cálculo é simples: encargos mensais divididos pelo rendimento líquido, multiplicado por 100. É um indicador usado para avaliar a saúde financeira das famílias e o risco de endividamento excessivo.
Especialistas recomendam que esta taxa não ultrapasse os 33%. A partir desse valor, o orçamento fica mais vulnerável a situações inesperadas, como desemprego, doença ou subida das taxas de juro.
Com uma média já em 28,7%, muitos agregados estão perto do limite aconselhado, o que pode reduzir a margem de segurança.
As prestações da casa, do carro e outros compromissos financeiros continuam a absorver grande parte do rendimento. O problema agrava-se porque os salários não acompanham a evolução dos custos.
Em 2024, o esforço médio para arrendar casa chegou a 83% e, para comprar, rondou os 70%. Estes números revelam que a habitação continua a ser o maior peso nos orçamentos.
A subida da taxa de esforço para quase 29% é um sinal de alerta. Torna mais evidente a necessidade de políticas que reforcem o poder de compra e que apoiem as famílias no acesso à habitação.
Medidas como renegociação de créditos, alargamento de prazos ou consolidação de empréstimos podem ser alternativas para aliviar os encargos e evitar situações de incumprimento.