O Banco Central Europeu (BCE) alerta que os critérios de concessão para crédito à habitação vão apertar ligeiramente, ainda que sem mudanças imediatas de grande impacto.
Segundo o inquérito de outubro de 2025, as restrições para novos empréstimos para compra de casa mantiveram-se estáveis na zona euro, mas o índice de rejeição subiu pela primeira vez desde o início de 2024.
Esta tendência revela uma postura mais prudente da banca europeia, preocupada com o equilíbrio entre procura e risco financeiro.
Em Espanha, a situação está sob análise. O Banco de Espanha pondera medidas para limitar o acesso a hipotecas, como a redução da duração máxima dos contratos, o ajuste da relação entre o valor emprestado e o preço do imóvel, e a revisão da taxa de esforço das famílias.
O objetivo é travar o risco de sobreaquecimento no mercado imobiliário espanhol, que tem registado aumentos consistentes nos preços das casas e maior endividamento dos agregados familiares.
O relatório do BCE mostra que, no segundo trimestre de 2025, esperava-se alguma flexibilização dos critérios de crédito, o que acabou por não se confirmar. Para o quarto trimestre, prevê-se um maior aperto nas condições de crédito, especialmente nalguns países da zona euro.
Em Portugal, os bancos estimam que as atuais regras se mantenham até ao final do ano, acompanhando a evolução das taxas de juro e da procura de habitação.
O acesso ao financiamento imobiliário continua a ser um tema central para quem pensa comprar casa. Caso o endurecimento dos critérios avance, os clientes poderão enfrentar avaliações mais exigentes do perfil de risco, prazos mais curtos e custos de financiamento ligeiramente superiores.
Conhecer as condições do crédito habitação e comparar ofertas torna-se essencial num contexto em que o setor bancário procura proteger-se de eventuais flutuações económicas e garantir a sustentabilidade dos novos contratos.