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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Bancos portugueses resistem ao “compre agora, pague depois”

fenómeno "buy now pay, later"


Os principais bancos em Portugal observam o fenómeno do “buy now, pay later” (BNPL). No entanto, continuam a apostar nas soluções tradicionais.

Atualmente, a alternativa mais próxima é o fracionamento de pagamentos com cartões de crédito. Na maioria dos casos, há cobrança de juros, onde algumas exceções surgem apenas em campanhas promocionais.

O BNPL permite comprar agora e pagar em prestações sem custos, só há encargos se o cliente falhar o calendário acordado. Neste modelo, o comerciante paga uma comissão ao fornecedor do serviço, tonando o modelo apelativo para o consumidor.

Em Portugal, já existem operadores BNPL. Entre eles:

  • Klarna – fintech (tecnologia financeira) sueca com cerca de 700 mil consumidores ativos e 6 mil marcas parceiras.
  • FLOA – do grupo BNP Paribas.
  • Parcela Já – solução da UNICRE.

Apesar da presença destas empresas, a banca nacional mantém-se na expectativa. Não há, para já, serviços equivalentes lançados por bancos.

Em Espanha, o cenário começa a mudar. A banca prepara um teste-piloto para um sistema de pagamentos fracionados sem custos para o cliente, cujo arranque está previsto para o último trimestre deste ano.

Especialistas apontam riscos de incumprimento como uma possível razão para a prudência em Portugal. Também será necessário adaptar sistemas e cumprir novas regras.

Ainda assim, a procura por pagamentos flexíveis está a aumentar. Com a entrada de mais fintechs e operadores estrangeiros, a pressão sobre os bancos cresce.

A grande dúvida é se Portugal seguirá o exemplo espanhol ou continuará a privilegiar soluções com custos para o consumidor.