Os principais bancos em Portugal observam o fenómeno do “buy now, pay later” (BNPL). No entanto, continuam a apostar nas soluções tradicionais.
Atualmente, a alternativa mais próxima é o fracionamento de pagamentos com cartões de crédito. Na maioria dos casos, há cobrança de juros, onde algumas exceções surgem apenas em campanhas promocionais.
O BNPL permite comprar agora e pagar em prestações sem custos, só há encargos se o cliente falhar o calendário acordado. Neste modelo, o comerciante paga uma comissão ao fornecedor do serviço, tonando o modelo apelativo para o consumidor.
Em Portugal, já existem operadores BNPL. Entre eles:
- Klarna – fintech (tecnologia financeira) sueca com cerca de 700 mil consumidores ativos e 6 mil marcas parceiras.
- FLOA – do grupo BNP Paribas.
- Parcela Já – solução da UNICRE.
Apesar da presença destas empresas, a banca nacional mantém-se na expectativa. Não há, para já, serviços equivalentes lançados por bancos.
Em Espanha, o cenário começa a mudar. A banca prepara um teste-piloto para um sistema de pagamentos fracionados sem custos para o cliente, cujo arranque está previsto para o último trimestre deste ano.
Especialistas apontam riscos de incumprimento como uma possível razão para a prudência em Portugal. Também será necessário adaptar sistemas e cumprir novas regras.
Ainda assim, a procura por pagamentos flexíveis está a aumentar. Com a entrada de mais fintechs e operadores estrangeiros, a pressão sobre os bancos cresce.
A grande dúvida é se Portugal seguirá o exemplo espanhol ou continuará a privilegiar soluções com custos para o consumidor.