Portugal continua entre os países europeus que menos poupam. No segundo trimestre de 2025, a taxa de poupança das famílias ficou em 11,95%, abaixo da média da Zona Euro, que atingiu 15,5%, e da média da União Europeia, de 14,97%.
A diferença de 3,5 pontos percentuais face à área do euro é a maior desde o final de 2023.
Entre os 14 Estados-membros com dados divulgados, apenas a Polónia registou um valor inferior ao português. Entre os países da Zona Euro, nenhum ficou abaixo de Portugal.
Apesar de uma ligeira subida face ao trimestre anterior, de 0,12 pontos percentuais, o ritmo de crescimento noutros países foi mais acelerado, alargando o fosso entre Portugal e a média europeia.
Os baixos níveis de poupança refletem a realidade económica nacional. Os salários continuam entre os mais baixos da Europa e as despesas fixas consomem grande parte do rendimento. Assim, sobra pouco para poupar.
No mesmo período, a taxa de investimento das famílias foi de 6,27%, também inferior à média da Zona Euro, situada em 8,96%.
Esta falta de margem financeira tem impacto direto na relação das famílias com o crédito. Quando a poupança é reduzida, há maior dependência de empréstimos ou linhas de crédito para lidar com despesas imprevistas ou financiar habitação.
Isso pode aumentar o endividamento e fragilizar a estabilidade financeira, sobretudo num contexto de juros ainda elevados.
A nível europeu, o consumo real por pessoa cresceu 0,3% na Zona Euro e 0,4% na União Europeia, enquanto o rendimento real subiu 0,5% e 0,6%, respetivamente.
Portugal, contudo, mantém-se abaixo destas médias, sinal de que a recuperação do poder de compra e da capacidade de poupança ainda é lenta. O país continua, assim, entre os que menos conseguem acumular reservas financeiras no espaço europeu.