A Comissão Europeia alerta que as casas em Portugal estão sobrevalorizadas em cerca de 35%. Este aumento acende um sinal de alerta no mercado imobiliário e alerta para o impacto direto sobre o sector do crédito habitacional.
O relatório revela que entre 2014 e 2024 os preços da habitação em Portugal subiram mais de 200% em termos nominais, e acima de 50% em termos reais, o dobro da média europeia. Essa valorização excessiva torna a casa um bem cada vez mais inacessível para muitas famílias.
Segundo os autores do estudo, a escassez de oferta habitacional e os constrangimentos no setor da construção ajudam a inflacionar os preços. Autorizações demoradas, regulações restritivas e produtividade fraca no setor agravam o problema.
Para quem procura crédito para comprar casa, esta sobrevalorização traz implicações sérias. Ela reduz a margem de segurança do empréstimo e aumenta o risco para os bancos. Muitas famílias terão de aceitar condições mais rígidas ou envolver aplicações financeiras mais elevadas para atingir os montantes exigidos.
No mercado de arrendamento também se nota pressão: em Lisboa, a renda de um T2 em zonas mais procuradas pode consumir mais de 80% do rendimento dos inquilinos. Isso eleva o apelo de financiar habitação própria, apesar dos desafios.
Com este cenário, torna-se urgente repensar os mecanismos de crédito imobiliário e explorar novas formas de financiamento mais sustentáveis. Um caminho poderá passar por políticas que ajustem o valor real das casas e estimulem uma oferta residencial mais expressiva.