Milhares de trabalhadores com carreiras longas vão poder reformar-se mais cedo sem perder parte da pensão. A nova regra permite a quem tenha 63 anos ou mais e pelo menos 40 anos de descontos pedir a reforma antecipada sem qualquer penalização.
A medida surge como resposta a uma geração que começou a trabalhar cedo e que, em muitos casos, acumulou décadas de descontos. Só este ano, estima-se que cerca de 120.000 pessoas possam beneficiar desta alteração.
Até agora, optar pela reforma antecipada implicava cortes significativos no valor mensal, o que levava muitos a adiar a decisão. Com esta mudança, o objetivo é garantir maior justiça para quem já contribuiu durante grande parte da vida ativa.
O impacto pode ir além da pensão. Para famílias ainda com prestações da casa ou outros empréstimos, contar com um rendimento estável e sem penalizações representa maior margem para organizar o orçamento.
Uma pensão integral facilita renegociações, liquidações antecipadas e até melhores condições em futuros contratos de crédito. Essa estabilidade dá confiança não só aos beneficiários, mas também às instituições financeiras que avaliam pedidos de financiamento.
Especialistas destacam ainda o possível efeito positivo no mercado de trabalho. A saída de trabalhadores mais velhos sem perdas abre espaço para novas contratações e pode favorecer a renovação geracional em setores com falta de mão-de-obra.
Apesar disso, há quem alerte para a necessidade de avaliar os efeitos a médio prazo na sustentabilidade da Segurança Social. O Governo assegura que a medida está prevista financeiramente e que responde a uma reivindicação antiga de muitos portugueses.