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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Dívida portuguesa destaca-se entre as mais seguras da Europa

Divida portuguesa destaca-se na Europa

A dívida pública portuguesa voltou a ganhar destaque nos mercados. A agência Standard & Poor’s elevou o rating do país para A+, o nível mais alto desde 2009. A decisão reforça a confiança dos investidores na trajetória financeira nacional.

O spread das obrigações a 10 anos fixou-se em 45 pontos base, mínimos não vistos desde 2008. Na Europa, apenas Alemanha, Irlanda e Países Baixos apresentam custos de financiamento mais baixos.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, prevê um excedente orçamental de 0,3% do PIB este ano e uma dívida pública em torno de 91,5% do PIB. O valor aproxima Portugal, ou até o coloca abaixo, da média da zona euro já em 2025 ou 2026.

A revisão da S&P baseia-se na redução consistente do endividamento externo e na manutenção de excedentes na balança corrente, mesmo num cenário global de incerteza.

Outro fator positivo é a baixa exposição ao mercado norte-americano: apenas 7% das exportações portuguesas têm como destino os Estados Unidos, o que reduz riscos associados a negociações comerciais entre Washington e Bruxelas.

Para economistas como António Nogueira Leite, a subida do rating era esperada, dada a disciplina orçamental e o consenso político em torno das contas públicas. Já Pedro Brinca, da Nova SBE, destaca os sucessivos superavits como peça central desta evolução favorável.

Os sinais são claros: spreads em mínimos de 17 anos, rating inédito desde 2009 e crescimento económico sustentado. Portugal afirma-se como uma aposta segura no mercado da dívida soberana, traduzindo-se em custos de financiamento mais baixos e maior confiança dos investidores.