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Rafaela Guerra
Escrito por Rafaela Guerra

Licenciada em Contabilidade e Administração, sou especialista em gestão financeira e marketing. Procuro ajudar os leitores a acompanhar a atualidade e a melhorar a sua literacia financeira.

Banco de Portugal regista subida de 7,3% nas emissões de dívida

As emissões de dívida de entidades residentes em Portugal registaram um aumento de 7,3% em agosto

As emissões de dívida de entidades residentes em Portugal registaram um aumento de 7,3% em agosto, atingindo os 320.494 milhões de euros, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP). Este valor compara-se com o registado no mesmo mês de 2024, confirmando uma subida homóloga significativa.

No entanto, em termos mensais, houve uma descida em cadeia de 153,4 milhões de euros. Essa diminuição mensal resulta sobretudo de amortizações de títulos das administrações públicas e do setor financeiro, que superaram as emissões em muitos casos.

No que respeita ao setor das administrações públicas, o stock de dívida emitida situava-se em 190.031 milhões de euros em agosto, o que traduz uma subida de 6,3% face a agosto de 2024. As emissões líquidas acumuladas no ano para esse setor cresceram cerca de 1.500 milhões de euros relativamente ao ano anterior, alcançando 16.200 milhões.

Também se destaca que, para os próximos 12 meses, estão previstas amortizações de cerca de 57,5 mil milhões de euros, o que representa 17,5% do stock vivo de dívida naquela altura.

O BdP aponta ainda para picos de amortização em outubro deste ano e em julho do próximo, com montantes de 11,5 e 12,1 mil milhões de euros para esses meses, respetivamente.

Relativamente a títulos de dívida ESG (Ambiental, Social e Governança), o montante vivo atingia 13.782 milhões de euros, o equivalente a 4,3% do total emitido, tendo registado uma subida de 11,4% face a agosto de 2024.

O aumento das emissões de dívida tem reflexos diretos no mercado de crédito. À medida que o Estado e as empresas procuram financiamento, a pressão sobre as taxas de juro tende a crescer.

Isto pode impactar quem procura crédito à habitação ou crédito pessoal, já que as condições de acesso ficam mais exigentes e o custo de financiamento das famílias pode aumentar.