O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para manter pé no travão: as taxas de juro deverão continuar inalteradas nos 2% na reunião marcada para esta quinta-feira.
Um inquérito recente junto de 69 economistas pela Reuters revela que 66 deles esperam que não haja alterações às taxas. Em julho, quase 60% antecipavam um corte de 25 pontos base; agora isso é visto como improvável.
A inflação na Zona Euro ficou em 2,1% em agosto, ligeiramente acima da meta de 2% que o BCE define como orientação. O desemprego mantém-se baixo e a economia mostra sinais de resiliência, o que alimenta argumentos para que não haja mudança nas taxas.
Ainda assim, há preocupações. Alguns membros do BCE, com uma posição mais “dovish”, defendem cortes de juros ou mantê-los baixos. Alertam para o risco de a inflação ficar abaixo da meta se não houver flexibilidade, e observam o impacto de fatores externos, como a política nos EUA, pressões nos mercados obrigacionistas e instabilidade política em França.
Este cenário de estabilidade nas taxas de juro afeta diretamente quem usará crédito: para quem contrata empréstimos ou linhas de crédito, permanece a previsibilidade de encargos elevados, sem esperanças de reduções no imediato.
Quem avaliar o custo do crédito, especialmente em financiamento habitacional ou empresarial, deverá ter em conta que as condições dificilmente se tornam mais favoráveis antes de uma mudança futura nas políticas monetárias.
Num contexto em que o custo do dinheiro se mantém elevado, famílias e empresas continuam a sentir pressão quando recorrem a financiamento.
A evolução das taxas de juro terá impacto direto no peso das prestações mensais e na capacidade de planear investimentos. Por isso, acompanhar de perto como se movimenta o mercado do crédito pode ser decisivo para antecipar tendências e tomar decisões mais seguras.